Outro Golpe dos EUA na Europa! Separação entre NASA e ESA abala missão Artemis e ameaça futuro europeu na Lua

Foguete sendo lançado durante missão espacial, ilustrando a separação entre NASA e ESA nas futuras explorações lunares
Lançamento de foguete representa nova fase da corrida espacial, marcada pela recente separação entre NASA e ESA em projetos estratégicos para a Lua.

A separação entre NASA e ESA gerou um abalo no principal projeto de exploração lunar da atualidade: a missão Artemis. Com a proposta orçamentária dos Estados Unidos para 2026 cortando significativamente o financiamento da NASA, a parceria com a Agência Espacial Europeia ficou por um fio. Esse rompimento lança dúvidas sobre o papel da Europa na corrida espacial e sobre o destino dos astronautas europeus.

Cortes drásticos nos EUA colocam cooperação em risco

A proposta do governo americano prevê um corte de 25% no orçamento da NASA, reduzindo-o de 24,8 para 18,8 bilhões de dólares. Essa mudança afeta diretamente a missão Artemis, especialmente os pilares técnicos como o Space Launch System (SLS) e a cápsula Orion — ambos essenciais para o retorno humano à Lua.

Entretanto, o maior impacto recai sobre a estação lunar Gateway, planejada como ponto estratégico de apoio para futuras missões. Com a possível eliminação da Gateway, a ESA vê seu papel sendo drasticamente reduzido, já que a Europa investiu pesadamente nesse projeto. Em vez de manter a estrutura atual, os EUA indicam que desejam acelerar sua presença lunar por meio do setor privado, priorizando empresas como SpaceX e Blue Origin. O objetivo seria ultrapassar o avanço da China rumo a Marte.

ESA perde protagonismo e pode ver seus módulos inutilizados

A ESA não atuava como coadjuvante nessa missão. Ela era responsável pelo desenvolvimento do Módulo de Serviço Europeu (ESM), que fornece energia, propulsão e suporte vital à cápsula Orion. Após a entrega dos três primeiros módulos — usados nas missões Artemis I, II e III —, a agência firmou um novo contrato de 650 milhões de euros com a Airbus para desenvolver os módulos ESM-4, ESM-5 e ESM-6.

No entanto, com a interrupção do desenvolvimento da Orion após a Artemis III, esses equipamentos de alta tecnologia podem nunca ser utilizados. Isso representa não apenas uma perda financeira significativa, mas também um revés na consolidação da indústria espacial europeia.

Astronautas europeus ficam sem destino lunar definido

O impacto também é humano. Astronautas europeus, que já estavam sendo preparados para futuras missões, agora encaram um cenário incerto. Até o momento, apenas um canadense participará da Artemis II. A Artemis III será exclusivamente tripulada por astronautas da NASA, o que já sinaliza um afastamento de parceiros internacionais.

Com a possível exclusão da Gateway, os astronautas da ESA perdem a principal estrutura onde poderiam atuar e treinar em ambiente lunar. Um exemplo é o espanhol Pablo Álvarez, que se preparava para uma missão direta na estação. Agora, esses planos estão sendo revistos.

Cooperação internacional em xeque: e agora, Europa?

Apesar das tensões, a ESA adotou um tom diplomático. O diretor-geral Josef Aschbacher afirmou que as conversas com a NASA continuam, enquanto reforça o compromisso europeu com uma presença forte no espaço.

Contudo, na prática, a Europa precisará buscar alternativas. Nesse sentido, a China surge como um potencial parceiro. O país asiático já demonstrou interesse em expandir sua cooperação espacial e pode oferecer à ESA novas oportunidades de participação em missões lunares conjuntas.

Novo rumo para o programa lunar europeu?

Com a reestruturação do orçamento da NASA, a ESA se encontra diante de uma decisão estratégica. Ou traça novos caminhos com parceiros alternativos ou reduz sua ambição lunar.

O Conselho Ministerial da ESA, agendado para o fim do ano, será crucial. Nele, serão discutidas não só as prioridades científicas e políticas, mas também o orçamento futuro e os rumos do programa lunar europeu. Tudo indica que a Europa terá que fazer escolhas rápidas e decisivas para manter sua relevância no cenário espacial global.

O que está em jogo para a Europa na corrida lunar?

A separação entre NASA e ESA não é apenas um rompimento logístico — é um sinal de alerta. A dependência da Europa em relação à estrutura norte-americana expõe vulnerabilidades geopolíticas e tecnológicas. Por isso, a ESA precisa decidir: vai buscar novos parceiros e reafirmar seu papel na exploração lunar ou aceitará um lugar secundário na corrida espacial?

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